A LIBERTAÇÃO DE RIO PARDO E A CRIAÇÃO DO HINO RIO-GRANDENSE

No dia 13 de Abril de 1838 sai de Porto Alegre, comandada pelo marchal imperialista brasileiro Sebastião Barreto Pereira Pinto, forte coluna destinada a bater os republicanos que, sob o comando de Bento Gonçalves, estavam acampados nas margens do rio São Gonçalo, próximo ao Passo dos Canudos, vigiando os movimentos de Silva Tavares. Houveram alguns pequenos recontros vantajosos aos imperialistas, mas, em conseqüência, cheios de vaidade, descuidaram-se, resultando a junção de vários chefes republicanos, Neto, João Antônio e Canabarro com Bento Gonçalves, os quais imediatamente se puseram em marcha rumo a Rio Pardo.

No dia 30, na Vila de Rio Pardo, trava-se um dos mais memorávies combates registrados no período revolucionário, entre as forças imperialistas brasileiras comandadas pelo marechal Sebastião Barreto, e as republicanas dirigidas por Bento Manuel Ribeiro, Antônio Neto e Domingos Crescêncio.

Depois de grande resistência imperial, entram os revolucionários na vila, pondo em fuga o comandante imperial, Sebastião Barreto Pereira Pinto, e o subcomandante José Joaquim de Andrade Neves.

Narram crônicas da época que, vendo-se esses dois chefes perdidos, ordenaram aos soldados que resistíssem até o último cartucho. Mas, enquanto estes se aportam como verdadeiros heróis, Sebastião Barreto e Andrade Neves ocultam-se numa lancha e, a todo pano, afastam-se da luta, rio Pardo abaixo.

Neste combate foi aprisionada a banda de música imperial, que era dirigida pelo maestro Mendanha. Dias mais tarde, a pedido dos farroupilhas, Mendanha escreveu, inspirado no compositor Strauss, a música do Hino da República Rio-Grandense, escrevendo os primeiros versos para o hino o ilustre farroupilha Serafim Joaquim de Alencastre.

Baseado no livro "A Revolução Farroupilha", de Walter Spalding.