GLOBO FATURA ENGANANDO A POPULAÇÃO
10 de Outubro de 2003

 

Conheça agora mais um dos esquemas da Rede Globo de TeleViaditização para lucrar enganando a população. A promoção da venda das drogas através dos telejornais é uma das facetas desta emissora de TV que, desde longa data, possui vínculos indissolúveis com traficantes internacionais.

Fantástico: o preferido para fomentar a venda de drogas

Talvez você já tenha visto em alguma novela ou outro programa o ator/atriz utilizando algum produto, uma determinada cerveja, um creme dental, um sabonete, etc., sempre exibindo de forma explícita a marca do produto. Os publicitários tupiniquins chamam isso de merchandising, deturpando o significado desta palavra. Esta, perceptível pelo público, talvez seja até uma forma benigna se comparada ao merchandisign velado, dissimulado e traiçoeiro que é veiculado nos telejornais, principalmente no Jornal (Oficial) Nacional e no programa Fantástico. Vende-se de tudo, de produtos inúteis encalhados nas fábricas até ideologias racistas, mas o grande filão deste "mercado" são realmente as drogas.

Um exemplo flagrante pôde ser visto no dia 16 de Março de 2003, quando o programa Fantástico veiculou a matéria "GHB: droga nova e mortal".

 

Abaixo está a transcrição da matéria, em seguida faremos uma análise.

 

GHB: droga nova e mortal

Programa Fantástico, da Rede Globo, em 16/Mar/2003


Em fevereiro de 2002, um rapaz de classe média passa mal em um hospital em São Paulo. Minutos depois, entra em coma. Um ano depois, no Rio de Janeiro, a cena se repete. Um jovem fica entre a vida e a morte.

Para os médicos, um quadro clínico complicado: batimento cardíaco baixo, dificuldade de respirar. Por pouco, os dois escaparam da morte... Foram as primeiras vítimas no Brasil dos efeitos de uma droga produzida em laboratório, e de nome muito complicado: ácido gama-hidroxibutírico, mais conhecida como GHB. Imagen veiculada pela Rede Globobo

A droga líquida, perigosíssima, que turbinou muita gente neste carnaval. “Ele é uma substância sem cheiro, sem cor, sem gosto. Pode ser misturado com qualquer coisa até na água sem que se perceba que está misturada”, explica Dartiu Xavier da Silveira, psiquiatra da Unifesp.

“Ele é um depressor do sistema nervoso. Não é um estimulante, não é um perturbador. Não tem as características do ecstasy, que é mais uma anfetamina. Ele é mais parecido com os calmantes”, compara o psiquiatra.

O GHB é tão potente que chegou a ser usado nos Estados Unidos para tratar distúrbios do sono. “O GHB era vendido em farmácias, lojas de suplementos vitamínicos, até ser proibido”, conta o neurologista Célio Levyman.

Por causa dos efeitos colaterais, o governo americano declarou o produto ilegal e inseguro em 1996. Mas jovens ainda arriscam a vida usando o GHB nas academias.

“Ele melhoraria a disposição do indivíduo para fazer atividade física e supostamente ele melhoraria a massa muscular”, aponta Dartiu.

E também nas raves, festas de música eletrônica. “Numa pista de dança você consegue identificar alguém que está turbinado, movido pelo GHB. É a pessoa que mais fala, a pessoa que mais dança”, conta um jovem que prefere não ser identificado.

“Na verdade, o que o indivíduo começa a sentir, não os efeitos depressores, mas os efeitos desinibidores”, explica Dartiu.

“A primeira vez eu passei mal. Vomitei muito. Tomei e vomitei muito”, recorda o jovem. “Ele pode ter dificuldade de respirar e que pode chegar até a morte”, afirma Dartiu.

O jovem conta que já teve cinco amigos mortos pelo GHB, seis em coma e mais de cem já passaram mal. O GHB foi uma das drogas encontradas no coquetel que matou, aos 23 anos, o ator americano River Phoenix, em 1993. Mas como é o estrago que ela causa no cérebro?

No sistema nervoso, existem regiões chamadas receptores. Elas são como fechaduras, que se encaixam em determinadas substâncias. Quando o “encaixe” acontece, começam as alterações no funcionamento do cérebro.

No caso do GHB, em doses baixas, o cérebro funciona em “câmera lenta", como se fosse o início de um pileque. Em doses altas, o GHB provoca um “apagão cerebral”. O usuário não se lembra de nada.

Por isso o GHB é conhecido como a droga do estupro. “Era oferecido para alguma menina, alguma moça. Ela entrava em sonolência, perto do coma, sofria abuso sexual e, quando acordava, não conseguia se lembrar de nada”, explica Levyman.

“Identificado o estuprador, ele vai responder por estupro e tráfico de entorpecentes, ou seja, ele receberia uma pena mais severa porque são dois crimes que ele cometeu”, diz o promotor de Justiça Marcelo Barone.

O assunto é tão sério que nos Estados Unidos parentes das vítimas do GHB criaram um site para alertar sobre os perigos da droga. Até agora, 240 pessoas morreram.

O médico Todd Bania, da Universidade de Columbia, em Nova York, uma das maiores autoridades em drogas sintéticas, alerta: “Quando essa droga é tomada regularmente, as pessoas podem se viciar tanto que chegam a ter que tomar de duas em duas horas. Conheço o caso de pacientes que acordam no meio da noite só para tomar outra dose de GHB. Não conseguem dormir oito horas seguidas.”

O GHB é vendido em pequenas doses: três mililitros. E o custo é extremamente alto: R$ 80 cada dose para um efeito que não passa de três horas.

“O medo é de morrer usando essa droga ou qualquer outro tipo de droga. Qualquer pessoa que usa droga tem medo de morrer com a droga”, conclui o jovem.

Fonte: Fantástico, 16/Mar/2003

 

Vamos agora analisar os tópicos e informaçõers mais importantes veiculados nesta "matéria", cujo único objetivo é fazer uma espécie de "lançamento publicitário" desta nova droga:

 

Disponibilizamos aqui a gravação em video desta "matéria" do Fantástico (2,4 MB) para que você possa conferir. A digitalização foi efetuada para padrão Windows Media Video (.WMV) versão 9. Não foi testado em versões anteriores, mas provavelmente funcionará também. Todas as versões recentes do windows dispõe do Windows Media Player, software necessário para visualização.

Para a veiculação de uma propaganda-merchandisign deste tipo a rede globo cobra valores que podem superar R$ 20.000,00 por segundo (isso mesmo, por segundo). Caso esta "matéria" da droga GHB, que durou durou 5 minutos e 10 segundos (ou 310 segundos), tenha sido encomendada por "terceiros" e não por "departamentos" da própria globo, o custo possivelmente ficou em torno de cabalísticos R$ 6.000.000,00 (seis milhões de reais).

 

 

MERCHANDISIGN NO JORNAL NACIONAL

O Jornal Nacional também veicula diariamente este tipo de propaganda dissimulada como "matéria jornalística". Selecionamos no Jornal Nacional, veiculado dia 09 de Outubro de 2003, duas "matérias" para que você possa verificar outros tipos de produtos e serviços vendidos e promovidos através de propaganda dissimulada como reportagens.

No primeiro caso é promovida a venda de um novo remédio, chamado letrozol, sugerindo que é um substituto ao tamoxifeno, um medicamento amplamente utilizado na prevenção do reaparecimento do câncer de mama. Confira, abaixo, a transcrição da matéria.

Novo remédio no combate ao câncer de mama      

Um estudo de cientistas americanos e canadenses sobre o câncer de mama mostrou que um remédio chamado letrozol reduziu quase à metade o risco de o tumor voltar depois do tratamento convencional.

Das mais de cinco mil mulheres que já haviam tomado tamoxifeno durante cinco anos, metade passou a tomar letrozol. A outra metade, pílulas de açúcar. Depois de dois anos, a reincidência do câncer entre as pacientes que receberam o letrozol foi 43% menor do que entre as que não tomaram a droga. A pesquisa será publicada no New England Journal of Medicine.  

Fonte: Jornal Nacional, 09/Out/2003.

 

Talvez você lembre da campanha, também veiculada através de "matérias jornalísticas", que houve há alguns anos atrás para incentivar as empresas a vacinar anualmente os funcionários contra a gripe. Agora a história se repete, a "matéria" abaixo incentiva as empresas, cujos funcionários trabalham o dia todo em escritórios fechados ou de fronte a um computador, a pagarem consultas regulares ao oftalmologista. Citam as causas, os sintomas e as consequências do problema de saúde e, ao final, informam a solução: ir ao oftalmologista a cada 6 meses.

Diferentemente do caso da venda das drogas, o representante da entidade da área oftalmológica que pagou a "matéria" preferiu aparecer na "reportagem".

Poluição faz crescer síndrome que atinge os olhos      

Uma síndrome que atinge os olhos está crescendo nas grandes cidades, principalmente por causa da poluição. Segundo a Organização Mundial de Saúde, 20% da população mundial já sentem os efeitos da doença.

Antonio Elage trabalha dez horas em frente ao computador. O ar-condicionado, que nunca é desligado, retira a umidade do ar ressecando o ambiente. Há um ano, ele começou a sentir a visão embaçada. Descobriu que tinha a Síndrome do Olho Seco.

"Isto se tornou um fato constante e eu achei que estava perdendo a visão", conta Antonio.

Na parte superior do olho existe uma glândula responsável pela lubrificação da conjuntiva - a parte branca - e da córnea. Ela produz um líquido composto de sais minerais e gordura, que se espalha toda vez que a pessoa pisca. Quando há uma redução das atividades da glândula, ocorre o problema.

Além do ar seco, os distúrbios hormonais durante a menopausa também podem provocar o problema, e ainda o uso de remédios para hipertensão, os anti-depressivos e os ansiolíticos, porque contêm substâncias que inibem a produção das lágrimas. Mas a maior preocupação do médicos é com a poluição do ar. Nas grandes cidades, ela é uma das principais causas da síndrome.

Segundo os especialistas, nos casos mais graves a síndrome do olho seco pode ser a porta de entrada para infecções.

"É uma doença crônica que não tem cura definitiva", explica Nicomedes Ferreira Filho, presidente da Sociedade Brasileira de lentes de contato e de córnea.

Para diminuir o problema, uma empresa controla a potência do ar-condicionado e a cada seis meses os funcionários consultam oftalmologistas.  

Fonte: Jornal Nacional, 09/Out/2003.

 

Nestes casos o custo também ficou em torno de R$ 20.000,00 por segundo, incluindo aí os custos da "produção" da "matéria", principalmente no segundo caso. Faça o download do som em formato WAV (1,6 MB), compatível com praticamente qualquer computador, e confira você mesmo.

As ligações da Rede Globo com o mundo do crime não constituem novidade, foram amplamente denunciadas em livros como "Afundação Roberto Marinho" e "Afundação II".

Jornalismo no Brasil de forma geral, e na Globo em particular, é isso que você acabou de descobrir. Não esqueça que estamos boicotando o Casseta&Planeta, a Globo, a RBS TV e, principalmente, os financiadores desta corja. Evite produtos e serviços que enchem as burras desta calhordada de dinheiro às custas de pessoas ingênuas. Se os produtos e serviços anunciados através de falsas reportagens fossem realmente úteis e bons, você, consumidor, não precisaria ser enganado para adquirí-los.

 

 

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